"O equilíbrio e a busca pelo sucesso"
A ascensão profissional rápida e o enriquecimento em curto prazo são os principais anseios dos profissionais entre 18 e 30 anos de idade. Essa foi a conclusão da consultoria americana Rainmaker Thinking após elaborar um estudo sobre a Geração Y (nascidos a partir de 1978). Para 56% dos entrevistados, a primeira promoção no trabalho deve acontecer em, no máximo, doze meses a partir da contratação.
Esse misto de ambição e ansiedade também pode ser percebido no estudo intitulado ‘Duas Gerações Convivendo na Empresa: Adversários ou Aliados? - Uma visão dos líderes sobre a geração Y’, que foi organizado pelo Ateliê de Pesquisa Organizacional com base nos relatos de 500 profissionais de diferentes áreas.
Nessa pesquisa, 89% dos gestores destacaram que os jovens profissionais têm facilidade para lidar com novas tecnologias. A facilidade para se comunicar, a habilidade para lidar com mudanças e a valorização da igualdade, da ética, da justiça e das ações de responsabilidade social foram atributos mencionados por boa parte dos entrevistados.
No entanto, 79% dos líderes de equipe que têm pessoas de 18 a 25 anos em suas equipes alertaram para a vaidade exagerada, a sede de reconhecimento e o individualismo exagerado dessa geração.
Para as empresas, aprender a lidar com esses jovens que ambicionam demais e não têm paciência para esperar é um grande desafio. Bem sucedidos serão os gestores que descobrirem o caminho para aproveitar ao máximo as potencialidades desses colaboradores, sem, no entanto, abrir mão do bom senso e da prudência que caracterizam os profissionais mais experientes.
Uma coisa é certa: os jovens que ambicionam subir na vida a mil por hora vão ficar frustrados quando descobrirem que, na prática, “chefiar” tem a ver com seguir rotinas, assumir responsabilidades e permanecer alerta em tempo integral.
Um dos aspectos mais criticados pelos gestores que têm sob seu comando autênticos representantes da geração Y é a “infidelidade”: ao contrário de seus antecessores, que encaravam os longos anos de permanência em uma empresa como sinal de mérito e motivo de orgulho, os inquietos profissionais de agora não hesitam em mudar de lado quando recebem uma proposta financeiramente sedutora.
É importante deixar claro, porém, que não são apenas as pessoas que estão mudando. Hoje, as empresas também não são “fiéis” àqueles que fazem parte da “família”. A globalização tornou a competição mais acirrada e impôs, para os empregadores, a necessidade de buscar pessoas que sejam capazes de satisfazer às novas exigências. Nesse cenário, os recrutadores passam a dar preferência aos jovens talentosos, dinâmicos, com pós-graduação e bom domínio das novas tecnologias.
Mesmo nas organizações que tradicionalmente apostam na “prata da casa”, serão pequenas as chances de ascensão de um profissional que não tenha uma formação consistente.
Nessa nova dinâmica que pauta o relacionamento entre pessoas e empresas, a maior virtude reside na valorização do saber acadêmico e da capacidade de inovar, adaptar-se às mudanças e equilibrar vários afazeres simultâneos.
Além disso, nesse adorável mundo novo, as interações tende a ficar cada vez mais enriquecedoras: na medida em que circulam pelos diferentes ambientes organizacionais, os profissionais adquirem uma bagagem farta em conhecimentos e, de certa forma, fazem com que esses saberes circulem e se aprimorem.
Para obterem melhores resultados, as organizações devem tentar mesclar, em suas equipes, diferentes gerações, expertises e visões de mundo. Também é interessante que se dediquem a implantar políticas claras para ascensão na carreira, facilitem o acesso dos profissionais a cursos e treinamentos e formulem modelos de comunicação claros. Em outras palavras: seja para as pessoas, seja para as empresas, a conquista do sucesso depende de aliar vigor e serenidade, paixão e cautela, impulso e bom senso, coragem e prudência.
Fonte: Administradores